"Somos etnólogos e nos interessamos sobre como as pessoas vivem e, por isso, consideramos interessante saber como se comportam diante de seu lixo", afirmou Christina Matsson, diretora deste museu do centro de Estocolmo, que abre suas portas a uma pequena exposição sobre o tema.
A primeira tese comprovada é que as épocas em matéria de lixo mudaram.
Aqui, calças de tecido barato são usadas, costuradas, remendadas, até que acaba sendo usada para isolar um tapume.
Mais à frente, um jeans de 2010, de uma marca sueca da moda, industrialmente "pré-usado", rasgado com uma advertência que diz "novo" e com o slogan: "pela metade do preço, mas com o dobro de imagem".
Como contraste, pode ser vista uma modesta boneca da Lapônia, confeccionada com um simples lenço vermelho e uma velha cortina. Uma frase logo diz: as crianças suecas de hoje têm em média 536 brinquedos durante a infância.
Toalhas higiênicas de lã, porcelana reconstruída com grampos metálicos, tapetes e coletes fabricados com restos de tecidos.
A partir de 1920 e até os anos 1980, chega a era da lata de lixo, quando tudo era jogado fora. Até que a ecologia trouxe uma mudança de mentalidade, com o desenvolvimento do saco de lixo nos anos 1960, até a aparição da coleta seletiva.
Hoje, um sueco joga fora cerca de meia tonelada de lixo por ano (três vezes menos que um americano), incluindo a "produção" de seu domicílio, e por isso, "há perguntas difíceis que devemos nos fazer", afirmou Lena Landerberg, curadora da exposição.
"Por que guardamos, porque jogamos fora? Por que uma coisa é lixo para uns e não é para outros? O lixo, às vezes, é um ponto de vista", completou.
A exposição temporária está incluída na tarifa de entrada do museu (nove euros) e está aberta até 25 de setembro em Estocolmo.
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