Neste ambiente proliferam os caçadores destas aves com finalidade comercial. Os criminosos utilizam-se de diversos artefatos que vão desde "arapucas" que são armadilhas construídas com varas onde é colocado milho em quantidade para atrair as avoantes, redes e armas de fogo. Cada armadilha consegue aprisionar centenas de aves de cada vez que são em seguida mortas por estrangulamento, evisceradas, depenadas, salgadas e acondicionadas em latas ou baldes. Milhares destas aves são transportadas pelos caçadores diariamente e levadas aos bares, restaurantes e casas de atravessadores nas cidades de Iguatu e Quixelô. Os caçadores ganham sua parte pela apreensão, morte e transporte das aves até aos comerciantes e deixam outra gorda fatia do lucro para traficantes e comerciantes ilegais nas cidades. Por sua vez, frequentadores de bares viciados nos "tira-gosto" de avoante regado a cerveja e mesmo pessoas menos avisadas completam o ciclo da carnificina da avoante.
Assim, fica bem definida a "cadeia produtiva" da avoante que é um "negócio" muito lucrativo como todos aqueles que correm à margem do controle estatal. Sem pagar impostos e sem pagar pelos crimes ambientais, os traficantes de avoante engordam os lucros nesta época do ano em nossa região.
O que fazer? Para as pessoas comuns, aconselho não comprarem avoantes, identificarem os traficantes e denunciá-los.
Às autoridades, dou uma pista: que tal sentarem sem ostentar fardamento num barzinho qualquer da cidade de Iguatu, ou num balneário da beira do trussu e pedir uma "loura gelada" com tira-gosto de avoante? Garanto-lhes que serão atendidos prontamente.
Bem, o resto, as autoridades saberão o que fazer.
Paulo Maciel
A FICHA DO BICHO - enciclopédia Wiki
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Z. auriculata Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) |