Seja bem vindo!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Rotina de crianças


Enquanto as crianças debulham feijão
Eu vou lhes ensinando a contar
E também a escolher
Entre uma e outra opção
Que um dia devam fazer.
As ovelhas berram lá no chiqueiro
Enquanto os juás caem.
Dá gosto de ver,
De tão maduros, deliciosos!
A  flor do bamburral solta sua lavanda.
Um cabeça-vermelha,
Ou uma sabiá,
Cantam  belas melodias
Bem mais acolá.
Não sei se descrevo aqui
A experiência do ser vivido
Ou a  alegria de ver crescerem
As sementes a serem colhidas
Na vida que me tem crescido.
Bem mais longe que a vista pode alcançar,
Sabe-se da tragédia...
Uma segunda Hiroshima?
Não, desta vez é Fukushima...
Pena que aquelas crianças não podem colher
As flores ainda existentes
A água de beber...
Já não pode ser bebida
Uma nuvem invisível toma conta
de todas as cidades,
deixando todos aturdidos.
Pluntônio, uranio...
Chernobil,
Césio 133, parece brincadeira
De gente grande fazendo-se de deuses .
Mas as crianças de lá,
Não brincam como as de cá.

Paulo Maciel