Para uma administração pública em qualquer nível, seja federal, estadual ou municipal, responder às demandas contemporâneas no tocante à promoção de um desenvolvimento sustentável e saudável para a cidadania, deve necessariamente incorporar a variável ambiental como uma das funções administrativas.
Neste sentido, compreendemos que há distintas etapas a serem cumpridas para a formulação e desenrolar de políticas públicas, bem como para o desempenho das rotinas administrativas de um município que atendam a problemática ambiental.
Em se falando de um município do porte de Iguatu (CE) e levando em conta as proporções que atinge a problemática ambiental em nosso município, é essencial reconhecermos a dívida histórica que temos para com o nosso ambiente natural.
Foram décadas de agressões, ou séculos! Desde o inicio do povoamento, crescemos nossa cidade sobre lugares que deveriam ter sido preservados como tesouros naturais pela beleza, pelo valor como depositário de água e fonte de vida. Lagoas, margens de rios, riachos, nada foi poupado.
Diagnosticar o que já foi o município e o que ainda resta de natureza para, assim, traçar planos e políticas públicas que possam apontar para a construção de um município onde seja prazeroso e saudável viver, aproveitando de maneira inteligente nossas potencialidades. Integrar natureza e desenvolvimento é necessário.
Despir-se de modelos ultrapassados que temos em nossas mentes e abrir-se para novas concepções urbanísticas integradoras é o que deve fazer o administrador de uma cidade. Não cabe mais nos dias atuais a concepção de que concreto e asfalto é remédio para todos os males de uma cidade. O espaço urbano deve ser aberto para a vida e deve prever as mudanças por que passa o clima e a sociedade. A percepção das pessoas sobre o ambiente também muda. O estilo urbanístico ainda vigente em Iguatu é fundado na concepção de que o automóvel é o centro de todas as atenções e não a cidadania. As nossas vias públicas devem ser humanizadas e ‘verdejadas’. Deve haver espaço para a circulação das pessoas a pé ou em bicicletas. O transporte coletivo já é uma necessidade central para uma cidade que cresce a cada dia. O conforto térmico torna-se uma exigência para uma cidade com temperaturas aumentando de forma sensível.
Sabemos que o asfalto aumenta a temperatura da cidade e impermeabiliza as ruas provocando alagamentos. Sabemos que as construções mal planejadas também aumentam as temperaturas. Devemos pensar em proteção contra a radiação solar que se torna a cada dia mais perigosa, como já acontece em muitas cidades do mundo, colocando-se toldos em pelo menos algumas ruas centrais da cidade, plantando-se árvores de sombra, construindo-se fontes jorrantes nas praças, aproveitando-se a água rasa do subsolo para promover o refrescamento dos logradouros públicos..
O verde torna-se a cada dia uma necessidade, assim devemos no planejamento urbano incluir espaços para as manifestações da paisagem natural. Devemos lembrar que em nosso município já houveram grandes enchentes e sabemos que elas ocorrem periodicamente. Por isso devemos preservar as nossas lagoas, rios e riachos para o escoamento das águas e garantir uma boa infiltração. Devemos cuidar para que as construções não ocupem locais impróprios pois isto é custo ambiental e também custa aos cofres públicos.
Educar, para o início desta grande obra de construção de uma verdadeira ‘ Cidade do Futuro’ a cidadania é urgente e isto começa pela educação das nossas crianças. As escolas municipais devem formular uma ação pedagógica com base na educação contextualizada. Compreender a educação no seu sentido mais amplo, preparando a futura cidadania para os desafios que estão porvir. Isso exige tratar a educação como parte do ambiente em que vivemos. Capacitar os professores e oferecer-lhes condições dignas (salários justos, tempo para estudo e planejamento, bibliotecas de qualidade) é o primeiro passo para que estes possam dedicar-se à nobre tarefa de cuidar de nossas crianças.