Seja bem vindo!

terça-feira, 26 de abril de 2011

SOS CÓDIGO FLORESTAL

Convocatória para Mobilização Nacional SOS Florestas
Abril de 2011
SOS FLORESTAS: MOBILIZAÇÃO CONTRA MUDANÇAS NO CÓDIGO FLORESTAL GANHA FORÇA NO DIA 28 DE ABRIL
AOS BRASILEIR@S,
Está sendo discutido em Brasília o PL 1876/99, que altera o Código Florestal. O Código Florestal é o conjunto de leis que ordena a ocupação e a preservação de florestas e outras áreas naturais no país. O relatório de autoria do Deputado Federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP), enfraquece as leis que protegem a Amazônia, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga. A proposta também incentiva a ocupação de áreas de risco como encostas de morros e margens de rios nas cidades brasileiras, abrindo espaço para mais tragédias em áreas até mesmo próximas às nossas cidades. Na prática, essa mudança da legislação vai aumentar o desmatamento, provocando mais emissões de gases que causam as mudanças climáticas e acarretando problemas no abastecimento de água das áreas urbanas, além de deslizamentos de terra e enchentes.
Para pressionar deputados, senadores e o governo federal a descartarem o PL 1876/99, a coalizão SOS Florestas vai lançar um esforço de mobilização nacional da sociedade brasileira a partir do próximo dia 28 de abril. A coalizão é formada por ONGs e entidades contrárias a este projeto de lei e, a partir desse momento, POR VOCÊ TAMBÉM.
A estratégia é realizar uma jornada de atividades públicas em dezenas de cidades entre os dias 28 e 30 de abril de 2011 com divulgação nas mídias locais para exercer pressão direta sobre parlamentares em seus domicílios eleitorais. Todas as atividades vão utilizar as mesmas mensagens e imagens para fortalecer o movimento. O trabalho será feito de forma articulada com a Frente Parlamentar Ambientalista, que está mapeando os deputados favoráveis à aprovação do PL 1876/99 para direcionar a pressão e engajando parlamentares contrários ao PL em apoio às ações de mobilização da sociedade.
Para dar unidade à campanha, a coalizão SOS Florestas está desenvolvendo uma plataforma digital de engajamento no endereço http://www.sosflorestas.com.br/. Nesta página, em breve serão encontrados todos os materiais informativos da campanha, além de links para petições, vídeos, cartilhas, roteiros de idéias, modelos de cartas, textos para envio à imprensa, convites etc. Após a jornada de lançamento entre 28 e 30/04, estes materiais deverão ser usados em escolas, faculdades, centros comunitários e outros espaços coletivos para sustentar a campanha. SIM, vamos precisar de ajuda para levar a campanha para dentro desses espaços, atraindo mais gente para o debate sobre o futuro das florestas e das cidades brasileiras. O site também vai funcionar como uma vitrine dessa mobilização, reunindo fotos e videos das ações realizadas por você e pelos outros parceiros em uma MARCHA VIRTUAL para manter a pressão sobre o governo até que o PL 1876/99 seja descartado de vez.
COMO PARTICIPAR
1) Confirme o recebimento deste convite e sua participação na jornada de mobilização até o dia 22/04, informando data, hora e local do ato para voluntariado@sosma.org.br e tatiana@wwf.org.br
2) Em breve, encaminharemos roteiro de idéias de atividades que podem ser desenvolvidas localmente. Obviamente, cada grupo local pode realizar sua própria atividade, o roteiro é apenas para inspirar e ajudar . O importante é usar o mesmo logotipo e a mesma mensagem durante a atividade pública.
3) Na semana que vem, também estará disponível um modelo de comunicado de imprensa para você usar com a mídia do seu estado.
4) Crie seu evento na página da campanha no Facebook. Link disponível a partir da semana que vem.
5) Entre em contato por carta/email ou faça uma visita aos deputados federais do seu domicílio eleitoral. Os nomes dos parlamentares A FAVOR e CONTRA o PL 1876/99 será fornecido pela Frente Parlamentar Ambientalista e constará de uma tabela disponível no site da campanha. Nos mantenha atualizados sobre resultados desses contatos.
6) Participe da Marcha Virtual postando fotos e videos das atividades públicas realizadas na sua cidade. Link disponível em breve.
7) Divulgue o site, a petição online e outros materiais da campanha para escolas, faculdades, centros comunitários, movimentos sociais, empresas, governos locais e outros possíveis parceiros da sua cidade
8) Dê idéias de como a campanha pode fluir melhor...
Em defesa das florestas e de todos nós,
Abraços
Coalizão SOS FLORESTAS
FRENTE PARLAMENTAR AMBIENTALISTA

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sobre a tragédia do Realengo

Publico abaixo parte de uma crônica de Frank Wagner que lança algumas luzes para iluminar o fundo do poço por que passa a humanidade no dias atuais. Wagner não nos responde, melhor, ele pergunta sobre o fenômeno e isso sim, é fundamental para a nossa compreensão. Dediquemos alguns minutos a pensar sobre isso.
Paulo Maciel

Ainda Sobre Realengo

Queridos(as) leitores(as); gostaria de complementar essa semana o assunto mobilizou o país e o mundo e que foi o tema da coluna passada. Por ser extremamente polêmico, e por ser da natureza humana meditar e aprender sempre com os erros, alguns alertas foram então emitidos pela insanidade covarde perpetrada contra as crianças de Realengo.
Cumpre insistir, que o modelo de sociedade em que estamos mergulhados é absolutamente inadequado para um desenvolvimento saudável da psique humana. Não se pode querer que uma sociedade que prega o sucesso a todo custo, que não valoriza a solidariedade e o altruísmo, que baseia suas premissas apenas no individualismo do 'livre mercado', e que prega um consumo insuportável e com tensões ambientais insanáveis, seja uma sociedade de pessoas mentalmente equilibradas em sua totalidade.
A busca pela juventude eterna e a ilusão do sucesso inalcançável geram desequilíbrios patológicos cada vez mais observados, e que agora chegaram aqui na forma de ataques covardes a crianças em sala-de-aula. Parece haver uma ilusão nativa provocada pela leitura equivocada de Gilberto Freyre de que o brasileiro - por ser um homem cordial (usado por Freyre no sentido de ter emoções muito à flor-da-pele, e não de ser bonzinho ou agradável) – sentido de  teria uma diferença qualitativa superior intrínseca em relação aos outros povos (como por exemplo, o fato de ser latino o tornaria mais expansivo e hospitaleiro).
Bem, parece-nos que a mesma régua que mede os de lá, mede agora os daqui, pelo menos no que diz respeito às patologias inatas ou adquiridas. Em colunas anteriores tenho alertado para o fato de que coisas assim poderiam ocorrer, pois o nível de frustração acumulado como pressão infelizmente rompeu o invólucro em que estava confinado, explodindo em conseqüências impensáveis.
Lembro-me de um fato ocorrido quando há alguns anos o Corinthians foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro de Futebol. Havia uma comoção generalizada em campo, pessoas que nem sequer se conheciam choravam abraçadas.
Foi o resultado em si que provocou tudo aquilo? Claro que não! Ali foi apenas a espoleta que detonou o processo, pois a grande maioria daquelas pessoas leva uma vida cheia de frustrações pessoais: queria um bom emprego... não teve; queria ser reconhecido... não foi; queria dar melhores condições de vida à família... não foi possível; e agora a única alegria, o time de futebol... Bem, aí então ele não consegue agüentar; é muito fracasso para um ser humano só; e, além disso, a mídia faz questão de levar a alienação ao grotesco, ao inaceitável por pessoas de que tenham sensibilidade.
 O assunto é muito complexo e traz de volta as velhas discussões: "O homem é bom, a sociedade o corrompe" (Rousseau, J. J.); ou "O homem esquece mais rápido a perda do pai do que a perda do patrimônio" (Machiavelli, N.); derivadas ainda do platonismo e do aristotelismo. Mas, talvez a resposta correta deva ser procurada em outra direção; um pouco incompleta devido ao contexto histórico em que foi produzida, mas ainda ecoando, e forte, em nossos ouvidos: "Não é a consciência que determina o meio material, mas o meio material que determina a consciência" (Marx, K.).
Enquanto não houver uma mudança nas condições aviltantes e degradantes em que centenas de milhares de seres humanos são mantidos, tragédias como essas terão uma probabilidade muito alta de voltarem a ocorrer. Infelizmente!
Talvez Morpheus tenha razão em suas palavras para Neo (Matrix, 1999), quando este o pede para mostrar o mundo real. Morpheus (referência ao deus grego do sono, ou dos sonhos) então o mostra o desolado e destruído mundo real e diz: "Welcome to the desert of the real". Duas notícias: uma boa: talvez ainda não tenhamos a essa situação de absoluta tragédia;... uma ruim: bem, parece que não estamos tão distantes!
Frank Wagner - professor do IFET  Iguatu CE

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Economia Solidária x Agroecologia

A Associação da Rede Cearense de Agroecologia (ARCA) estará participando do Seminário do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário que acontecerá entre os dias 12 e 14 de abril/2011 em Brasilia/DF na Casa de Retiro Divino Paraíso.  No Seminário será discutido o processo de construção do Sistema Nacional de Comércio Justo e Solidário que foi institucionalizado com o decreto 7.358, de 17 de novembro de 2010. 

As atividades do seminário serão prolongadas até o dia 15/04 quando ocorrerá o Fórum de Sistemas Participativos de Garantia (Certificação Orgânica Participativa) SPGs. 

Maria Aparecida Ferreira da Silva, agricultora ecologista, da Comunidade Carnaúbas - Iguatu Ce, estará representando a ARCA durante todas as atividades.
Boa viagem, bom trabalho, colha bons frutos e tenha um ótimo retorno.
Paulo Maciel - Assessoria ARCA

terça-feira, 12 de abril de 2011

O Jogo dos Cartões

1. Suponha que você mora num lugar onde há muitas pessoas, cada pessoa ou possui um cartão que lhe permite defender-se  de outra pessoa ou, a pessoa não possui o tal cartão. A posse deste cartão dá, a cada possuidor, o poder sobre quem não possui cartão. Alguém pode usar este cartão contra qualquer outro do grupo “para se defender”.
Como você se sentiria mais seguro?
a (  ) Se conseguisse um cartão mais poderoso que o cartão que os demais possuem;
b (  ) Se o líder do grupo recolhesse todos os cartões do grupo, inclusive o seu cartão.
2. Imagine que você conseguisse um cartão mais poderoso que os demais membros do seu grupo. Como os demais membros do seu grupo se sentiriam?
a (  ) Aceitariam esta condição e passariam a lhe respeitar como o mais forte;
b (  )  Iniciariam uma busca para conseguirem cada qual um cartão mais poderoso.
3.  Após algum tempo de busca, uma boa parte do grupo, senão todos, estariam possuindo cartões tão poderosos quanto o seu cartão.
Qual seria a sua atitude, sabendo que muitos estavam em condições de lhe atacar a qualquer momento, porém ninguém mais sabe quem possui, ou não, um cartão tão poderoso quanto o do vizinho?
a (  ) Se conformaria com o poder que tem e viveria tranqüilo;
b ( ) Procuraria encontrar em algum lugar um cartão mais poderoso ainda e que ninguém do grupo o tivesse.
4. Finalmente você consegue em algum lugar fora do seu grupo, um cartão mais poderoso que o de todo mundo do seu grupo. Agora você se sente novamente poderoso. Cara... de cartão em cartão você está montando um verdadeiro arsenal!
Você acha que:
a (  ) Somente você, dentro do seu grupo teve a idéia de conseguir um cartão mais poderoso;
b (  ) alguns membros do seu grupo, senão muitos, tiveram esta mesma idéia.
5. O grande líder do seu grupo, preocupado com o crescimento dos arsenais de cartões em mãos dos seus liderados, resolve fazer uma campanha para destruição dos cartões dos membros do grupo. Promete dar prêmios como recompensa por cada cartão entregue.
a (  ) Você, como bom membro do seu grupo e adepto a idéia de viver numa comunidade sem cartões, entregará seus cartoes para serem destruídos;
b (  ) Você, apesar de ser um bom membro do grupo, se sentirá desconfiado, de que alguns não entregarão seus cartões e por isso não entregará os seus.
6. O grande líder, insatisfeito com os resultados da campanha pela devolução de cartões, pois apenas uma parte do grupo devolveu seus cartões, resolve estabelecer uma regra:
“de hoje em diante, qualquer membro do grupo somente poderá ter cartões em casa se for autorizado pelo grande líder e tiver seus cartões registrados”
Você acha:
a (  ) Que todos irão ao líder pedir autorização e registro de seus cartões
b (  ) Que uma parte do grupo não fará isso pois prefere que ninguém saiba que tem cartões ou porque o grande líder não gosta desta parte e não autorizará que eles usem cartoes.
7.  Agora, os cartões registrados e não registrados continuam existindo no seu grupo, mas não se sabe quem são os possuidores dos cartões não autorizados. E ainda existe uma parte do grupo que não possui cartão autorizado ou não autorizado, mas gostaria muito de tê-los.
Você, que possui cartão autorizado, como se sente nesta situação?
a (  ) Tranquilo, porque seu cartão é autorizado e poderoso o suficiente para "defender você";
b (  ) Inseguro, porque não sabe quem está querendo “pegar” seu cartão autorizado.
8. Aqueles que não têm cartão autorizado conseguiram cartões comprando de fora do grupo ou tirando escondido os cartões daqueles que tinham cartões autorizados. Não sabemos quem são aqueles que possuem cartões não autorizados, nem quantos são eles. Pesquisas indicam que a maior parte dos ataques fatais são feitos utilizando-se cartões de pouco poder de fogo, aqueles primeiros que foram autorizados pelo grande líder mas que foram tirados escondidos, ou tomados, de quem os guardava em suas próprias casas.
a (  ) Você resolve renovar seu arsenal de cartões autorizados;
b (  ) Isso é suficiente para você repensar que segurança os cartões estão trazendo ao grupo.
9. Por outro lado, há uma parte do grupo que não tem cartões porque não conseguem adquirir e ainda existem aqueles que optaram por não ter cartões.
a (  ) Você se solidariza com aqueles que não tem cartões mas querem adquiri-los, dividindo seus cartões com eles e ajudando-os a conseguir autorização;
b (  ) Você repensa o ato de ter cartões e resolve ficar do lado dos que não querem ter cartões, procurando reforçar a campanha pela entrega de cartões ao grande líder.
10. Quando este jogo terminará?
a (  ) Quando as fábricas de cartões  forem fechadas e o grande líder recolher todo o arsenal de cartões existentes;
b (  ) Quando um membro do grupo adquirir um super-cartão que dará poder suficiente ao seu portador para tornar os demais cartões existentes obsoletos e inúteis.
Paulo Maciel, cidadão brasileiro e pai de 4 crianças.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Se eu fosse deputado

O texto que se segue foi publicado no Jornal do Brasil em 1980 e redescoberto pelo Blog de Marina Silva. Agora republico aqui para que possa ser replicado aos quatro cantos. Este texto, além da sua atualidade, mostra como a sensibilidade é fundamental para a percepção dos tomadores de decisão em todas as esferas. Drummond, não foi deputado,  mas com certeza foi um político na acepção que Berthold Brecht empresta à palavra.
Boa leitura,
Paulo Maciel

“Se eu fosse deputado federal, estaria hoje muito apreensivo. E se fosse deputado federal por São Paulo, minha apreensão atingiria limite angustioso. Isso porque me mandaram um documento terrível, que faz perder o sono e põe a consciência em estado de guerra.
Quem o assina é o Movimento em Defesa da Vida, formado por pessoas de todas as classes, homens e mulheres, sob orientação de geneticistas reputados e físicos nucleares não menos categorizados da USP.
Não é, pois, um desses inúmeros papéis que costumam circular por aí, sem autoria definida, reivindicando medidas declarada ou disfarçadamente políticas. Sua origem é respeitável, e seu fundo assustador.
Convidam-se os deputados a refletir nos efeitos das radiações nucleares sobre a comunidade, que elegeu esses homens como representantes e defensores dos interesses sociais brasileiros.
O documento é ainda mais grave quando consideramos que sua distribuição coincide com a notícia-bomba (pois nada transpirou, até o último momento, das negociações que conduziram a uma decisão de suprema importância para a sorte da população nacional, tomada por pequeno grupo de homens do Governo e tecnoburocratas) de que serão localizadas duas usinas nucleares no litoral paulista em áres que abriga, precisamente, uma estação ecológica oficial.
O Movimento em Defesa da Vida focaliza uma só das inúmeras conseqüências letais que as usinas desse tipo ameaçam produzir. E pergunta, com base em fatos comprovados e em pesquisas fidedignas sobre contaminação radioativa no organismo humano:
‘Sabe V.Exa. que o leite que nossas crianças tomam poderia sofrer, na sua composição, dos efeitos radioativos produzidos nas centrais nucleares? Em 1957, na Inglaterra, um erro humano provocou o vazamento de radioatividade de um reator, igual a 1/10 da radiação liberada pela bomba de Hiroxima, e obrigou o Governo a jogar fora todo o leite produzido numa área de 500 km de distância do reator. Para comparação: o Rio está a 133 km de Angra dos Reis. Descobriu-se no leite a presença do elemento radioativo césio-137, que se incorpora no organismo através do ciclo solo-capim-vaca-leite. O césio emite raios gama muito penetrantes e perigosos, que induzem a formações cancerosas em vários orgão.’
Prossegue o documento alinhando fatos que vou resumir.
Foi verificado cientificamente que a concentração média de elementos cancerígenos no leite aumenta na proporção em que se torna mais ativa a política nuclear e diminui quando essa política se desacelera.
O estrônico-90 concentra-se com medonha eficácia nas cadeias alimentares do homem; infiltra-se no solo e na água, com efeitos patogênicos sobre a população. Semelhante à do cálcio, sua estrutura se fixa nos ossos em formação das crianças, assumindo o lugar daquele. Mas continua sendo estrônico radioativo, produzindo leu-cemia e câncer. É absorvido por inalação e contaminação de alimentos. E leva mais de 30 anos a perder a metade do seu efeito.
Entre 1966 e 71, a usina de reprocessamento de Westvalley deixou escapar 45% do total de iodo-129. Isto provocou a 7 km de distância uma radioatividade 10 mil vezes maior do que a normal. E nossas usinas serão do tipo Westvalley.
Tais irradiações rompem o código de reprodução, a programação genética que cada célula possui. Desequilibra as leis da vida. Em 1969, pequeno acidente num reator do Colorado causou vazamento de partículas radioativas. Quatro anos depois, o Departamento de Saúde verificou que nas fazendas da região nasciam animais disformes.
O plutônio, raro na natureza, é produzido no reator a partir do urânio. É das substâncias mais cancerígenas que existem. Inalado com o ar, instala-se nos brônquios e pulmões, emitindo raios-alfa para os tecidos vizinhos. Como o ferro, combina-se com as proteínas que transportam esse elemento no sangue. Param no fígado, nas células que armazenam ferro e na medula dos ossos. Resultado: câncer no fígado e nos ossos; leucemina. E cada reator produz por ano cerca de 250 kg de plutônio, com meia-vida de 500 mil anos!
Outra coisa: onde e como guardar eternamente o lixo atômico?
Por essas e outras, os Estados Unidos e a própria Alemanha, que nos vendem usinas nucleares, não querem mais saber de novos reatores em seus territórios. Inglaterra e Suécia já paralisaram completamente seus programas nucleares. E nós?
Acidentes conhecidos desmoralizaram o mito da infalibilidade das usinas nucleares.
Se o futuro é incerto, e se a ciência não pode garantir um nível de segurança que tranquilize o ser humano, a construção dessas usinas tem caráter de ameaça. Não se justifica a alegação de experiências para o progresso, a custo de vidas humanas, como ficou provado na trágica era nazista.
Se eu fosse deputado, a este hora, perderia o sono pensando nos riscos impostos ao país para nos envaidecermos de empreendimentos que buscam o chamado progresso e liquidam a segurança de viver. Mas é preciso ser deputado para sentir o peso atroz dessa ameaça? Eu, homem do povo e escrivão público, participo desse terror. E acho que o Poder Legislativo tem obrigação de pedir contas desse programa assustador, desenvolvido a sua revelia e sob total ignorância do povo”.
Carlos Drummond de Andrade
Jornal do Brasil, 21-06-1980

domingo, 3 de abril de 2011

A cidade das luzes brilhará mais na Maratona de Paris de 2011

O corredor brasileiro - cearense, médico-cirurgião oncologista Marcos Vieira Fernandes, 45 anos, "O médico maratonista" como ele mesmo se define, estará participando da Maratona de Paris e por isso ele estará viajando na próxima sexta-feira para a capital francesa. Com certeza  um filho da "Terra da Luz" (como é chamado o nosso estado do Ceará) levará mais brilho para a cidade da luzes. Fico aqui torcendo por nosso querido amigo e conterrâneo.
Boa viagem e que traga o troféu, meu amigo, são meus sinceros votos!
Paulo Maciel

A Maratona de Paris é uma prova atlética disputada nas ruas da cidade de Paris, França. A primeira corrida aconteceu em 19 de julho de 1896 logo após os Jogos Olímpicos de Verão. A partir de 1976 o percurso com 42,195 km é percorrido anualmente, com uma interrupção em 1991 quando a competição foi cancelada em razão da Guerra do Golfo [1]. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Estarei em repouso obrigatório

Amigos e amigas visitantes e colaboradores,
Estou em internamento hospitalar aguardando uma cirurgia. Portanto estarei nos próximos 3 ou 4 dias um pouco ausente.
Espero retornar com mais força logo após este repouso obrigatório num leito hospitalar.
Abraços
Paulo Maciel

Rotina de crianças


Enquanto as crianças debulham feijão
Eu vou lhes ensinando a contar
E também a escolher
Entre uma e outra opção
Que um dia devam fazer.
As ovelhas berram lá no chiqueiro
Enquanto os juás caem.
Dá gosto de ver,
De tão maduros, deliciosos!
A  flor do bamburral solta sua lavanda.
Um cabeça-vermelha,
Ou uma sabiá,
Cantam  belas melodias
Bem mais acolá.
Não sei se descrevo aqui
A experiência do ser vivido
Ou a  alegria de ver crescerem
As sementes a serem colhidas
Na vida que me tem crescido.
Bem mais longe que a vista pode alcançar,
Sabe-se da tragédia...
Uma segunda Hiroshima?
Não, desta vez é Fukushima...
Pena que aquelas crianças não podem colher
As flores ainda existentes
A água de beber...
Já não pode ser bebida
Uma nuvem invisível toma conta
de todas as cidades,
deixando todos aturdidos.
Pluntônio, uranio...
Chernobil,
Césio 133, parece brincadeira
De gente grande fazendo-se de deuses .
Mas as crianças de lá,
Não brincam como as de cá.

Paulo Maciel