Recebi a seguinte matéria da [redeglobaldasociedadecivil]: "Vida curta para muito dinheiro| Recuperação de estradas dura menos do que manda a lei, e verbas vão para o ralo, publicada pelo O GLOBO 30-1-01-2012. Peço a atenção dos meus leitores para a mesma, visto que vem bem a calhar sobre a realidade que presenciamos em nosso estado.
Vida curta para muito dinheiro
Recuperação de estradas dura menos do que manda a lei, e verbas vão para o ralo
É um caminho perigoso, acidentado. As estradas brasileiras são ruins não só porque não têm conservação, mas também pela baixa qualidade do material usado nas obras milionárias de recuperação. Apesar de a Lei de Licitações determinar tempo médio de vida útil de dez anos pós-reforma,grande parte das rodovias federais e estaduais volta a estares buracadaea oferecer perigo muito antes disso. Desgaste prematuro do asfalto, buracos que se transformam em crateras, erosão no leito das pistas e quedas de barreira são percalços comuns nas vias de todo o país e demonstram a baixa qualidade das obras e do material utilizado. Há casos de estradas com trechos comprometidos antes mesmo de a pavimentação completar dois anos. A BR-474, em Minas Gerais, por exemplo ,foi contemplada com obras de pavimentação há três anos,mas já precisa de recuperação. Ao longo dos 160 quilômetros da BR-474, há buracos e risco permanente de quedas de barreiras. Em 2009, a estrada foi dividida em três trechos, sendo dois pavimentados. Interrompidas, as obras do terceiro deverão ser retomadas este ano. No entanto, além de concluir o projeto, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) terá de desembolsar recursos para a recuperação da extensão asfaltada. A obra total foi orçada em R$ 53 milhões, sendo R$ 42 milhões em verbas federais e o restante,estadual. Na avaliação feita pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada no fim do ano passado, é uma estrada ruim.
Problemas estruturais não comprometem apenas a malha viária federal. No Rio, a rodovia RJ-117, que liga Paty do Alferes a Petrópolis, na Região Serrana, não durou nem dois anos. Inaugurada em junho de 2010, a estrada tem rachaduras no asfalto e, na localidade de Vale das Videiras, o piso cedeu e a rodovia está em meia pista. As chuvas do início deste mês ainda provocaram quedas de barreira em prati-camente toda a extensão da via.Os deslizamentos cobriram de barro o asfalto,e acada chuva forte a terra vira um atoleiro. As obras custaram R$ 31 milhões. O Departamento de Estradas de Rodagem(DER-RJ)informou que vai recuperar a estrada após o período de chuvas. Em Roraima, a BR-174 é dor de cabeça para os motoristas. Recuperada em 2010, apresenta centenas de buracos que dificultam a passagem até de caminhões e ônibus. Já no Rio Grande do Norte, foram empregados R$ 167 milhões em obras em estradas federais em 2009 e 2010. Mas rodovias como a BR-405, no estado, foram consideradas ruins pela avaliação da CNT.
Obs.: Alguma semelhança com a realidade mais próxima de você, NÃO É MERA COINCIDÊNCIA. Estamos no Brasil e a lógica do tapa buracos é a mesma de norte a sul e de leste a oeste. O trecho da Rodovia Iguatu-Icó que foi recentemente recuperado pois há poucos dias estavam colocando a sinalização horizontal da pista, já encontra-se em avançada deterioração. Veja só, a suposta recuperação iniciou-se há cerca de sis meses e mal as chuvas chegaram, os buracos já avançam por vários trechos desta rodovia. Aqui cabe algumas perguntas:
1) Há prazo de validade para rodovia recuperada?
2) Há garantia? Se há, qual o prazo da garantia?
3) Já que pagamos a conta, quais os termos contratados para o serviço?
4)Como o contribuinte é quem paga a conta, que órgão procuramos para ressarcir os prejuízos por um serviço que julguemos não atender as especificações contratadas?
Paulo Maciel